quarta-feira, 23 de junho de 2010

Enquanto craques reclamam, peladeiros em várzea aprovam Jabulani

A Jabulani já sabe para onde ir quando quiser ser bem tratada. Bem longe da África, onde corre em bons gramados e é vista por bilhões de pessoas ao redor do mundo, mas se cansou de críticas.
Foi buscar alento no extremo leste da cidade de São Paulo, em um campo em que quica (muito) mais do que rola, disputada por chuteiras castigadas, mas sem as cores berrantes dos pés que a perseguem na terra de Mandela.
A Folha levou uma Jabulani, idêntica às que são utilizadas na Copa do Mundo, para ser a bola da partida entre Cooper e América, equipes da várzea que duelaram domingo em Guaianases, periferia da capital paulista.
Maior polêmica do Mundial, ela abandonou seu lado patricinha --como foi definida pelo volante Felipe Melo-- e foi aprovada pelos peladeiros da zona leste paulistana.

Alessandro Shinoda/Folhapress
Várzea aprova Jabulani, enquanto craques fazem críticas
Várzea aprova Jabulani, enquanto craques fazem críticas
"Ela balança bastante, mas, se bater com o peito do pé, vai mais reta", disse o goleiro Marcão, da Cooper, ensinando o que os astros teimam em não aprender.
O cenário em que a bola foi a estrela principal lembra mais os dos documentários do Discovery Channel nas savanas africanas do que os da moderna transmissão do torneio --mesmo em HD.
A grama nasce, bem rala e seca, apenas em um pequeno espaço do campo, próximo de uma das laterais.
O resto é tomado por areia, que a cada vento mais forte levanta nuvens de poeira para esconder os jogadores.
Atrás dos gols, mato. O suficiente para que seja tensa a procura pela bola todas as vezes em que ela ultrapassa a linha de fundo ou vaza a rede precariamente amarrada em um bloco de concreto.
Nada que cause mais preocupação do que o riacho que corre de um dos lados do campo. Por mais que tivessem gostado dela, ninguém se arriscaria a salvar a pobre Jabulani caso ela caísse naquelas águas sujas.

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