domingo, 10 de outubro de 2010

Loco Abreu perde pênalti, e Botafogo e Palmeiras ficam só no 0 a 0

Equipes pecam muito na finalização e perdem chance de subir na tabela. Atacante uruguaio do Alvinegro tem dia infeliz


Não foi bom para ninguém. Nem para o Botafogo, Palmeiras e menos ainda para os torcedores que foram ao Engenhão neste domingo. Em uma partida de muitos erros e poucas chances de gol, as equipes empataram em 0 a 0 e perderam a chance de subir na tabela do Campeonato Brasileiro.
O Alvinegro, que esteve melhor mas foi prejudicado por um dia infeliz de Loco Abreu, chegou a 44 pontos e está na sexta posição após o sétimo empate seguido (sendo o oitavo jogo sem vitória). O uruguaio perdeu um pênalti e duas chances claras de gol.
O Palmeiras, inoperante no ataque e em dia de pouco brilho da dupla Valdivia-Kleber, está em nono lugar com 43 pontos.

Por causa da comemoração do Dia das Crianças, o telão do Engenhão exibiu na hora da escalação fotos dos jogadores do Bota quando pequenos.
No próximo domingo, às 18h30m (de Brasília), no Engenhão, o Botafogo faz o clássico com o Fluminense. O Palmeiras, no mesmo horário, enfrenta o Ceará na Arena Barueri. Antes, o Verdão volta suas atenções para a Copa Sul-Americana. Viaja para Bolívia e enfrenta na quinta-feira o Universitario de Sucre, pelo jogo de ida das oitavas de final.
Loco Abreu perde pênalti
Antes do jogo, o clima era de apreensão por causa do ambiente ruim entre os clubes após a "polêmica do vestiário", tanto que os atletas do Palmeiras chegaram ao estádio em vans na tentativa de evitar possíveis ataques ao ônibus. A torcida alvinegra vaiou muito os rivais, principalmente Felipão, mas o abraço de Joel no técnico adversário mostrou que este problema já havia sido deixado de lado.
Dentro de campo, o que se viu no início da partida foram os dois times errando muito e o ritmo caindo. O Botafogo era mais perigoso, especialmente com Jobson, que incomodou a defesa palmeirense com suas arrancadas. Lenta, a equipe paulista tocava muito de lado e seus dois principais jogadores, Valdivia e Kleber, pouco conseguiam produzir.
Loco Abreu BotafogoLoco Abreu não faz uma boa partida e ainda perde pênalti no Engenhão (Foto: Ag. Estado)
O Bota teve uma grande chance de abrir o placar aos oito minutos. Dentro da área, Loco Abreu chutou com o goleiro já batido no lance e Gabriel Silva cortou com o braço. Na cobrança do pênalti, o uruguaio chutou à direita do gol de Deola. Apesar do erro, a torcida do Glorioso aplaudiu seu camisa 13 em forma de incentivo.
A partida ficou morna e as oportunidades não eram criadas. Aos berros, Joel e Felipão tentavam arrumar o posicionamento das equipes. O Botafogo vez ou outra chegava na área adversária mas errava o último passe. Perto do fim do primeiro tempo, aos 40, o Alvinegro quase marcou. Somália achou Jobson dentro da área, mas o goleiro Deola saiu bem nos pés do atacante e fez a defesa.
O Palmeiras passou os primeiros 45 minutos sem conseguir criar uma chance clara de gol.
Botafogo perde muitas chances; Kleber é expulso
Na volta do vestiário, o panorama não mudou muito: erros dos dois lados, e Botafogo melhor em campo. O Alvinegro teve uma ótima oportunidade aos três minutos, quando Marcelo Cordeiro invadiu a área pela esquerda e cruzou rasteiro para Loco Abreu. O uruguaio, sem goleiro, não alcançou a bola.
Sem articulação na frente, o Palmeiras pouco ameaçava. A principal arma da equipe alviverde era Marcos Assunção nas bolas paradas. Perto do fim do fim do jogo, o volante ainda pegou um chute de primeira dentro da área e quase fez o gol. O goleiro Renan fez uma bela defesa.
Para azar do Bota, não era o dia de Loco Abreu, que perdeu mais uma chance clara após assistência de Marcelo Cordeiro. No rebote, Jobson mandou por cima da meta e aumentou ainda mais a ansiedade dos torcedores. A equipe bem que tentou pressionar até o fim, mas os homens de frente não estavam com a pontaria certeira.
Perto do fim da partida, Kleber acertou uma cotovelada em Alessandro e levou o cartão vermelho.

Cruzeiro de Cuca desbanca Flu de Muricy e assume ponta do Brasileirão

Wellington Paulista foi o autor do gol que colocou a Raposa na primeira colocação, com 54 pontos, dois a mais que o Tricolor

Cuca cruzeiro 
Cuca comemora gol de Wellington Paulista: técnico
agora é o líder (Foto: Juliana Flister / VIPCOMM)
Falar em troco ou resposta seria exagero. Até pela relação afetiva entre as partes. Mas é inegável que o destino pregou uma peça no Fluminense na tarde deste domingo, no Parque do Sabiá, em Uberlândia. Ao trocar Cuca por Muricy Ramalho no início do Brasileirão, o Tricolor tinha como objetivo ficar mais próximo do sonhado título nacional. Pois é, mas foi justamente o ex-treinador que tirou a equipe tricolor da ponta da tabela, com a vitória por 1 a 0 do Cruzeiro, em partida válida pela 29ª rodada. Agora, o técnico líder do Brasil é ele.
Na quarta partida em Uberlândia, os mineiros conquistaram a quarta vitória pelo mesmo placar (Corinthians, Flamengo e Inter foram as outras vítimas). De volta ao time após seis rodadas, Wellington Paulista mostrou, ao contrário de muitos tricolores vindos do departamento médico, que o estiramento na coxa esquerda não o incomoda mais e cabeceou firme, aos 14 do primeiro tempo, para garantir os três pontos que colocaram a Raposa no topo da tabela. São 54, contra 52 dos cariocas, que estão em segundo.
Além da liderança, o Flu perdeu ainda Deco, mais um na grande lista de jogadores com problemas musculares, por tempo indeterminado e já acumula três partidas sem vitória. No próximo domingo, o compromisso é contra o Botafogo, às 18h30m (de Brasília), no Engenhão. Já o Cruzeiro, que deixou o gramado ouvindo os gritos de “o campeão voltou”, defende a liderança pela primeira vez contra o embalado Grêmio, também no domingo, às 16h, no Olímpico
Fumaça azul toma conta do Parque do Sabiá e ‘liga’ o Cruzeiro
Torcida do Cruzeiro no Parque do Sabiá 
Torcida do Cruzeiro faz a festa antes do jogo
(Foto: TV Globo Minas / Globoesporte.com)
O Parque do Sabiá não é o Mineirão, mas o Cruzeiro cuidou de todos os detalhes para se sentir em casa em Uberlândia. Se as arquibancadas não estavam lotadas como deveria ser em um jogo tão decisivo, a festa em campo, comandada pelos mascotes Raposão e Raposinha e embalada por músicas de incentivo no sistema de som, criava o clima favorável para o time celeste.
Com os torcedores extasiados sob uma fumaça azul, o Cruzeiro entrou em campo a mil e o argentino Montillo não diminuiu a adrenalina nem mesmo durante a execução do hino nacional brasileiro, dando corridinhas para manter o aquecimento. Como se não bastasse tudo isso, o gol do Corinthians sobre o Atlético-GO, no Pacaembu, antes mesmo de a bola rolar, transformou o jogo em ainda mais importante.
Setor esquerdo da defesa tricolor é o caminho cruzeirense
Sem Mariano, na Seleção, e com seu substituto Marquinhos lesionado, o Fluminense mandou para campo Thiaguinho improvisado na lateral direita. No treino de sábado, Muricy Ramalho deu atenção especial ao setor, mas o volante até que cumpriu bem seu papel, bem no combate e apoiando com desenvoltura. O problema, no entanto, estava do outro lado, com Carlinhos.
Wellington Paulista comemora o gol no  jogo entre Cruzeiro e FluminenseWellington Paulista comemora o gol com Fabrício (Foto: Juliana Flister / Vipcomm)
Famoso pela força ofensiva, o lateral-esquerdo ficou preso a marcação do arisco Thiago Ribeiro, e não foi feliz. Válvula da escape da equipe de Cuca, o atacante estava o tempo todo com a bola, sempre dando trabalho. Não à toa, foi por este setor que saiu o primeiro gol da partida. Se Thiago Ribeiro sozinho estava difícil de segurar, imagine uma dupla com Montillo? Pois é, não foi necessário imaginar, eles entraram em ação.
Aos 14, o atacante puxou a marcação e o argentino deu o toque de classe. Com muita calma, do bico da área, ele levantou a bola no segundo pau e encontrou a cabeça de Wellington Paulista. Facilitado por um Gum totalmente perdido na marcação, o camisa 9 escorou no contrapé de Rafael e correu para o abraço.
Nos duelos individuais, cruzeirenses são mais decisivos
O lance, por sinal, diz muito do primeiro tempo. Apesar de o Fluminense até ter bastante posse de bola, o Cruzeiro se mostrava mais seguro de si e parecia ter total consciência de cada ato. Coletivamente e individualmente. No lado de tricolor, Washington recebeu uma, duas, três, quatro bolas e não foi feliz. No lado celeste, Wellington Paulista precisou de apenas uma chance para marcar após seis partidas fora da equipe.
A situação vale também para o duelo de argentinos. Conca participou mais da partida, estava sempre com a bola, arriscava chutes de longe, passes e sofria com a marcação individual de Marquinhos Paraná. Não conseguia ser decisivo. Já Montillo em determinados momentos se mostrou sonolento, lento. Entretanto, também precisou de apenas uma chance para fazer o que dele se espera: a diferença.
Deco, lesionado, foi substituído ainda no primeiro tempo por Marquinho. Nada que fizesse o torcedor arrancar os cabelos. O luso-brasileiro não jogava bem e sua participação se resumiu a um bom passe para Rodriguinho, que perdeu chance na frente de Fábio, aos 23. O Cruzeiro também sofreu uma baixa: Caçapa voltou a sentir dores no joelho e deu lugar a Gil.
Nos 15 minutos finais, o ritmo da partida diminuiu bastante. Bom para o Cruzeiro, que fez uso do meio-campo para trocar passes, manter a posse de bola e descer para o vestiário em vantagem. Para melhorar, assim que Carlos Eugênio Simon apitou o fim da primeira etapa o sistema de som entrou em ação para avisar: no Pacaembu, Atlético-GO 3 a 1 sobre o Corinthians. Era o momento certo para o Raposão entrar novamente em campo.
Montillo sai, Cruzeiro abaixa a guarda, mas Flu erra demais
Rodriguinho Fluminense x CruzeiroRodriguinho disputa bola com Pablo: atacante
perdeu gol incrível (Foto: Photocamera)
Como se tivesse um roteiro, a partida se desenhou da mesma forma no segundo tempo: o Fluminense com posse de bola, e o Cruzeiro mais perigoso. A dupla Montillo e Wellington Paulista seguia bem demais, como no lance em que o argentino lançou para o atacante carimbar o travessão de Rafael, logo aos três. Empolgado, “Wellingol”, como é chamado pelo pai, até marcou o segundo, mas em posição irregular, após escanteio, aos oito.
E assim seguiu o jogo até os 20 minutos, quando a parceria se desfez. Montillo, sentindo dores musculares, saiu para a entrada de Roger, e o Flu, até então apático, voltou para o jogo. Era chute daqui, cabeçada de lá, cruzamento, escanteio. Pressão total, que sempre esbarrava em um mal: os erros de finalização. O pior deles foi de Rodriguinho, aos 24, quase na linha gol, quando, incrivelmente, conseguiu chutar por cima do travessão.
Edcarlos se agiganta e ‘se vinga’ do Flu
Cansado e sem seu principal condutor, o Cruzeiro passou a segurar o resultado, e teve em um ex-tricolor um dos grandes responsáveis por isso. Muito criticado pelo torcedor no período em que ficou nas Laranjeiras, Edcarlos reencontrou Cuca na Toca da Raposa, ganhou confiança, assumiu o posto de titular, e foi o grande carrasco do Flu nos minutos finais. Nas bolas aéreas e no combate direto, ele ganhou todas de Washington e cia., se impôs e garantiu a liderança celeste.
O Flu dispensou Edcarlos, trocou Cuca por Muricy, mandou Everton (que ficou o jogo todo no banco) embora, e viu suas “crias” assumirem a liderança do Brasileirão. Ainda faltam nove rodadas, mas agora o bilhete premiado tem a cor azul. Ah, e, lógico, o Raposão foi o dono da festa ao apito final de Simon.

Poço no Chile deve estar revestido na manhã desta segunda-feira

Mais dois dias serão necessários para a preparação da cápsula.
Resgate de mineiros está previsto para começar na quarta-feira.


O governo chileno afirmou que ficará pronto nas primeiras horas desta segunda-feira (11) o revestimento do poço por onde os 33 mineiros presos no Chile subirão à superfície. Segundo o chefe das operações de resgate, André Sougarret, a previsão é de que o revestimento estará completo às 9h de segunda-feira.
Após a conclusão desse procedimento, será montada a plataforma de suporte da cápsula, por onde os mineiros serão içados. O revestimento consiste em proteger com tubos metálicos o duto de 622 metros de largura por 66 centímetros de diâmetro. O trabalho no túnel começou a ser feito na manhã deste domingo (10) após a análise de que não seria preciso revestir todo o buraco, mas apenas 96 metros.
Depois de posicionados os tubos, serão necessários mais dois dias para a instalação da grua e a preparação da cápsula que transportará os mineiros pelo duto, segundo Laurence Golborne, ministro da Mineração.
Revestimento de túnel em mina no ChileRevestimento de túnel começou a ser feito na manhã deste domingo (10). (Foto: Natacha Pisarenko/AP)
Os mineiros ficarão presos na cápsula por cintos de segurança. A cabine pode chegar à superfície em 12 minutos, mas o tempo estimado para cada resgate é de uma hora. A cápsula tem luz no teto e quatro tanques de oxigênio estão disponíveis no chão. Durante a subida, os mineiros irão se comunicar com as equipes de resgate com microfones instalados no capacete. Eles também precisarão usar óculos escuros, porque estão há muito tempo sem ver a luz do dia.
Mapa localiza Copiapó, no Chile.Mapa localiza Copiapó, no Chile. (Foto: Arte G1)
O sobe e desce da cabine de resgate pode ser perigoso. Se as paredes do buraco não estiverem firmes, terra e pedras podem cair em cima de quem está sendo resgatado. Por isso foi decidido pelo revestimento do túnel na parte de cima, onde está mais instável.
"Vamos colocar um mineiro sozinho em uma cápsula estreita e fazê-lo subir num elevador como se fosse da base ao topo do Pão de Açúcar", disse neste domingo (10) o ministro da Saúde do Chile, Jaime Mañalich.
Mañalich disse que as maiores dificuldades da retirada são a profundidade e a inclinação (de dez graus) que há na subida – que tampouco tem uma superfície lisa. Tudo a uma velocidade de 1m/s.
capsula mineiros Ilustração: Arte G1
Os riscos são de embolia pulmonar, nausea e vômitos. No contato com a superfície, o problema é a claridade. "Lá embaixo nós simulamos o dia, mas não é muita iluminação. É como um cinema. Aqui é muito mais iluminado."
A estrutura de resgate estará pronta desde segunda-feira (11), preparada para que a qualquer momento o primeiro mineiro saia.
Dois helicópteros, vagas nos hospitais e 150 pessoas de apoio estarão à disposição.
* Com informações de agências internacionais e do Fantástico.