quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Estados deixam de construir prisões e devolvem R$ 187 milhões à União

Pouca verba estadual e mudança de política federal são motivos apontados.
Além de reformas, há projetos de saúde e educação; PE, RJ e MA lideram.



Detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão falam com uma comitiva de senadores da Comissão de Direitos Humanos nesta segunda-feira (13). (Foto: Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo)Detentos do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís (MA), falaram com uma comitiva de senadores da Comissão de Direitos Humanos no dia 13 (Foto: Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo)
Um levantamento do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), ligado ao Ministério da Justiça, aponta que nos últimos dez anos 15 estados e o Distrito Federal deixaram de usar R$ 187 milhões liberados pelo governo federal para construir e reformar presídios. Não foram adiante dezenas de projetos, incluindo estabelecimentos de saúde e educação para detentos, aprovados entre 2004 e 2013, para Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Sergipe e Tocantins.
Entre os diversos motivos alegados, destacam-se a falta de recursos dos próprios estados para completar as obras, cancelamentos por atrasos, inadequação de projetos alterados, problemas em licitações, suspeitas de irregularidades e trocas no comando dos governos estaduais.
Também há situações de contratos cancelados por determinação do governo federal, por mudanças na política carcerária; em outros casos, segundo alguns estados, um decreto presidencial impediu o repasse de recursos para obras que ainda não haviam iniciado (veja a lista completa de obras canceladas por unidade da federação ao fim desta reportagem).
Os dados, compilados pelo Depen a pedido do G1, não contemplam o valor total que o governo repassou – apenas o que foi devolvido. O que ficou no estado para ser investido não foi informado pelo órgão. Os únicos números disponíveis referem-se a 2012 e 2013, quando o repasse de verbas da União para o sistema carcerário em todo o país totalizou R$ 1,2 bilhão.
O Maranhão, onde eclodiu a crise que levou o governo federal a elaborar um plano emergencial para conter a violência nas penintenciárias locais, foi o terceiro estado que mais devolveu recursos na última década: R$ 23,9 milhões. O governo maranhense havia assinado três contratos, em 2004 e 2011, para a construção de duas cadeias públicas e um presídio no interior. Todos os acordos foram cancelados.
Se fossem concluídas, as instalações no Maranhão somariam 681 vagas. O governo do estado informou que o cancelamento ocorreu após o Depen ter rejeitado alterações feitas nos projetos pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) maranhense, a pedido do próprio governo federal. Segundo o governo estadual, as duas cadeias cujos contratos foram anulados estão sendo construídas agora com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
 
RJ e PE lideram devoluções
O estado que mais deixou de usar os recursos federais foi Pernambuco, em um total de R$ 33,5 milhões. Em setembro de 2010, o estado assinou um contrato com o governo federal para a reforma de uma antiga fábrica na Região Metropolitana do Recife para implantar o Centro Estadual de Cidadania Padre Henrique.
Todo o dinheiro seria aplicado nesse projeto, voltado para atividades de qualificação não restritas a presos. Apesar de o dinheiro ter sido disponibilizado pelo Depen, o valor sequer chegou a ser transferido, segundo o governo estadual. Em nota, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco informou que o governo federal não aprovou o projeto apresentado, por não adequação "às questões ambientais, patrimônio público, impactos viários, acessibilidades e licenças diversas".
O Rio de Janeiro vem em seguida, com a segunda maior devolução de dinheiro federal. Foram canceladas dez obras para construção e reforma de presídios, que somavam R$ 26,7 milhões.
O governo estadual informou que, devido à mudança de gestão, os projetos passaram a ser coordenados por órgãos diferentes. De acordo com a Secretaria de Obras fluminense, os recursos do Depen, em parceria com a Caixa Econômica Federal, foram ampliados para a construção de duas cadeias públicas – uma feminina e uma masculina –, com investimentos de R$ 18.724.871,31 e R$ 12.057.983,83, respectivamente.
Desperdício e burocracia
O Brasil tem atualmente 563,7 mil pessoas presas e um déficit de aproximadamente 200 mil vagas no sistema carcerário, segundo levantamento feito pelo G1 nos estados. O país está entre os cinco do mundo com maior população de detentos.
Em maio de 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pediu ao Ministério Público (MP) dos estados para processar autoridades locais pelo desperdício de verba federal destinada às penitenciárias. A solicitação era baseada em um balanço parcial do Depen, que apontava um não aproveitamento de R$ 103,384 milhões desde 2011.
O CNJ ainda não recebeu retorno de todas as unidades do MP acionadas, mas em alguns estados as procuradorias informaram que não é possível responsabilizar autoridades, por não ter sido identificada má-fé, segundo a assessoria de imprensa do conselho.
A devolução de recursos revela a falta de prioridade para o assunto pelos governadores e a ausência de coordenação para tratar do tema"
Marcus Vinicius Coêlho,
presidente da OAB
Para o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Coêlho, a devolução de recursos destinados a presídios indica uma falta de prioridade no sistema carcerário do país.
"Seja por má-fé, negligência ou impossibilidade técnica para implementar ações, a devolução de recursos revela a falta de prioridade para o assunto pelos governadores e a ausência de coordenação para tratar do tema", disse Coêlho.
Diretora no Brasil da Human Rights Watch, uma das principais entidades de defesa dos direitos humanos no mundo, Maria Laura Canineu afirma que parte da dificuldade na utilização de recursos se deve à burocracia brasileira.
A gente sabe que há uma burocracia que impera. Até para aplicar os recursos, muitas vezes
há incapacidade técnica dos estados ou até descaso mesmo"
Maria Laura Canineu,
Human Rights Watch
"A gente sabe que há uma burocracia que impera. Até para aplicar os recursos, muitas vezes há incapacidade técnica dos estados ou até descaso mesmo. É preciso saber se não se pode executar as obras por causa da burocracia ou se falta apenas vontade política", apontou.
Maria Laura sustenta, no entanto, que o problema carcerário do país vai além das dificuldades na aplicação de verbas. Um estudo da Human Rights Watch revela que cerca de 200 mil detentos são mantidos presos no país sem sequer terem sido julgados.
"Quase 50% dos presos estão em situação provisória. Eles ficam meses aguardando alguma movimentação da Justiça e, muitas vezes, não fazem ideia da situação deles. É preciso fazer um mutirão na Justiça, para saber situação de cada um e qual benefício se aplica a cada preso", destacou.
Veja abaixo as obras que deixaram de receber verba federal e os motivos alegados por estado:

ALAGOAS
Valor devolvido: R$ 836.911 (contratos firmados em 2008 e 2009)
Obras: Módulo de saúde no presídio Desembargador Luís de Oliveira Sousa e construção de centro Cultural Ecumênico na Penitenciária Feminina de Santa Luzia.
Motivo: A Superintendência Geral de Administração Penitenciária de Alagoas informou que os dois contratos foram cancelados a pedido do Depen, após o governo federal identificar que as obras não criariam novas vagas no sistema prisional.
CEARÁ
Valor devolvido: R$ 180.000 (contrato firmado em 2008)
Obra: Reforma do hospital penitenciário Professor Otávio Lobo.
Motivo: A Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará informou que o dinheiro federal foi devolvido porque o valor equivalia a cerca de 10% do R$ 1,5 milhão necessário para a obra. Segundo o Ministério da Justiça, o contrato foi desfeito após descumprimento de prazo contratual.
DISTRITO FEDERAL
Valor devolvido: R$ 1.611.929 (contrato firmado em 2008)
Obras: Reforma no Centro de Progressão Penal e substituição da cobertura do local.
Motivo:
A Secretaria de Segurança Pública do DF informou que o valor da devolução divulgado pelo Ministério da Justiça não confere. De acordo com a assessoria de imprensa da secretaria, houve uma devolução ao governo federal de R$ 1.211.141 no final de 2013, referente à licitação de geolocalizadores para viaturas que não foram comprados devido a "especificações inadequadas do produto".
GOIÁS
Valor devolvido: R$ 13.413.795 (contratos firmados em 2006, 2008, 2009 e 2011)
Obras: Reforma da Colônia Industrial Semi-Aberto; construção de Presídio de Segurança Máxima em Aparecida de Goiânia; reforma da Cadeia Pública de Santa Helena; presídio Regional em Senador Canedo.
Motivo: A Secretaria de Administração Penitenciária e Justiça de Goiás informou que tanto a reforma na colônia industrial quanto a construção do presídio em Aparecida de Goiás foram cancelados por decisão unilateral do Depen, após mudança na política prisional do governo federal em 2011. Já a reforma da cadeia pública foi cancelada, segundo o governo do estado, devido a um decreto presidencial que cancelou diversos contratos entre estados e municípios. Já o presídio da cidade de Senador Canedo teve o contrato cancelado, segundo a secretaria estadual, por descumprimento do prazo de dois anos para formalizar o convênio e elaborar os projetos de execução e a prefeitura do município desistir de ceder o terreno para a obra.
MARANHÃO
Valor devolvido: R$ 23.962.399 (contratos firmados em 2005 e 2012)
Obras: Construção do presídio Regional de Pinheiros e das cadeias públicas de Pinheiros e de Santa Inês.
Motivo: O governo do Maranhão informou que o cancelamento dos contratos ocorreu após o Depen rejeitar alterações feitas nos projetos pela Secretaria de Administração Penitenciária do estado a pedido do próprio governo federal. Segundo o governo maranhense, as cadeias cujos contratos foram anulados estão sendo construídas com recurso do Banco Nacional de Desenvolvimento.
MATO GROSSO DO SUL
Valor devolvido: R$ 15.200.411 (contratos firmados em 2008, 2009, 2010 e 2013)
Obras: Ampliação de cinco cadeias públicas (Aquiduana, Campo Grande, Buriti, Navirai, Ponta Porã e Três Lagoas) e um presídio; construção de uma penitenciária feminina em Campo Grande.
Motivo: A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário do Mato Grosso do Sul informou que as obras não foram adiante porque a resolução que muda as normas de arquitetura das unidades prisionais aumentou a contrapartida financeira que o estado teria de fazer e inviabilizou o investimento. Segundo o governo estadual, o Mato Grosso do Sul refez os projetos e substituiu as obras canceladas pelo projeto de três cadeias públicas em Campo Grande.
MINAS GERAIS
Valor devolvido: R$ 12.244.032 (contrato firmado em 2007)
Obra: Construção do presídio de Ribeirão das Neves.
Motivo: A Secretaria de Defesa Social do estado informou que o contrato foi cancelado porque o repasse dos recursos não teria sido aprovado pela Caixa Econômica Federal. Apesar de o repasse ter sido devolvido em 2012, segundo o governo mineiro, outro contrato foi assinado recentemente com o Depen com o mesmo objetivo, no valor de R$ 11 milhões.
PARÁ
Valor devolvido: R$ 882.511 (contratos firmados em 2008 e 2010)
Obra: Construção de módulo de saúde na Penitenciária de Marituba e de salas de aula para o CRA.
Motivo:
A Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará informou que o contrato do módulo de saúde foi cancelado por não haver recurso do estado para contratar técnicos e adquirir equipamentos. Em relação às salas de aula, o estado informou não ter tido recursos para garantir a quitação do valor que deveria ter sido pago pela obra.
PARAÍBA
Valor devolvido: R$ 6.292.281 (contratos firmados em 2005, 2009 e 2011)
Obras: Conclusão da Penitenciária de Cajazeiras; construção de Penitenciária Feminina de Segurança Máxima; ampliação da Penitenciária de João Pessoa e reforma do Presídio de Santa Rita.
Motivo: O secretário de Administração Penitenciária da Paraíba, Wallber Virgolino, afirmou ao G1 que o período das devoluções se refere a outra gestão e disse não ter informação sobre o motivo de as obras não terem sido executadas. Segundo ele, o governo estadual arcou com os custos da reforma feita em 2013 no Presídio de Santa Rita e arcará com a que será feita neste ano no presídio de João Pessoa, com R$ 2 milhões já autorizados.
PERNAMBUCO
Valor devolvido: R$ 33.517.131 (contrato firmado em 2010)
Obra: Reforma da estrutura física da antiga fábrica Tacaruna para implantação do Centro Estadual de Cidadania Padre Henrique.
Motivo: O dinheiro não foi transferido, segundo a Secretaria de Defesa Social, porque o governo federal não aprovou o projeto apresentado por não adequação "às questões ambientais, patrimônio público, impactos viários, acessibilidades, licenças diversas".
RIO DE JANEIRO
Valor devolvido: R$ 26.749.929 (contratos firmados em 2006 e 2008)
Obras: Reforma de presídio em Campos; construção de estabelecimentos Penais Estaduais e reforma geral de Instituto Vieira Ferreira Neto; construção de residência para idosos; construção da Cadeia de Magé; construção do Centro de Observação no Presídio da Polinter; reforma na Penitenciária Alfredo Tranjan e no Instituto Candido Mendes; construção de centro de observação em Complexo de Gericinó, em Bangu; reforma da Penitenciária Serrano Neves.
Motivo: O governo estadual informou que, devido à mudança de gestão, as obras de construção e reforma passaram a ser coordenadas por órgãos diferentes. De acordo com a Secretaria de Obras fluminense, os recursos do Depen, em parceria com a Caixa Econômica Federal, foram ampliados para a construção de duas cadeiras públicas, uma feminina e uma masculina, com investimentos de R$ 18.724.871,31 e R$ 12.057.983,83, respectivamente.
RIO GRANDE DO NORTE
Valor devolvido: R$ 14.370.557 (contratos firmados em 2009, 2010 e 2011)
Obras: Construção da Cadeia de Macau, de Ceará-Mirim, da unidade prisional de Lajes e reforma da unidade psiquiátrica do Complexo Penal Dr. Chaves.
Motivo: O governo potiguar não esclareceu sobre as obras apontadas no levantamento de devolução do Ministério da Justiça, mas informou que foram devolvidos R$ 10,4 milhões de convênios firmados entre 2007 e 2010. O motivo do cancelamento, segundo o governo estadual, foram entraves burocráticos, como falta de documentação de imóveis e problemas em licitação.
RIO GRANDE DO SUL
Valor devolvido: R$ 20.656.798 (contratos firmados em 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010)
Obras: Construção da Coordenadoria de Perícias de Bagé; da Penitenciária de Bento Gonçalves e de Passo Fundo; de albergue junto ao Presídio Municipal de Bagé; reforma do alojamento do Instituto Penal Viamão e da Casa de Albergado Padre Pio Buck; construção de albergue em Porto Alegre e de módulo de saúde em local não discriminado.
Motivo: De acordo com a Superintendência de Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul, em Bento Gonçalves e em Passo Fundo, houve demora no processo de execução das obras devido a recursos impetrados pelo Ministério Público contra a localidade de um dos presídios e contra um dos processos licitatórios. A razão do cancelamento dos demais contratos não foi informada.
RONDÔNIA
Valor devolvido: R$ 323.080 (contrato firmado em 2011)
Obra: Implantação de Educação para Jovens e Adultos na Casa de Detenção Dr. José Mario Alves da Silva.
Motivo: De acordo com a assessoria de imprensa do governo de Rondônia, não foi possível executar o projeto devido a problemas técnicos. Além disso, informou que a devolução do dinheiro ocorreu devido à assinatura de decreto presidencial que determinava o cancelamento do repasse de contratos não executados.
SERGIPE
Valor devolvido: 2.153.528 (contrato firmado em 2012)
Obras: Reforma do Hospital de Custódia e Ampliação do Presídio de Areia Branca.
Motivo: A Assessoria de Planejamento da Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa ao Consumidor de Sergipe informou que a ampliação do presídio foi prejudicada por atrasos da empresa responsável pela obra, o que levou à rescisão do contrato. Apesar de o governo estadual ter realizado licitação para contratar outra empresa, o contrato foi cancelado devido ao decreto presidencial que determinava a anulação de obras com os estados que não tivessem começado. Quanto ao dinheiro para a reforma do hospital, o estado informou que o recurso não chegou.
TOCANTINS
Valor devolvido: 14.708.591 (contrato firmado em 2009)
Obras: Construção da Penitenciária de Araguaína.
Motivo:
A Secretaria de Defesa Social do Tocantins informou que o cancelamento do contrato ocorreu devido à constatação de que, durante a licitação, a proposta vencedora apresentava valores superfaturados. A proposta previa valor total para a obra de R$ 19.111.412. A pasta concluiu que os atos praticados no processo violavam as normas constitucionais, o que justificaria a anulação do certame.

Jovem morre no mesmo avião em que pediu namorada em casamento

Acidente foi nesta quarta-feira (29), no RS; pedido foi feito 40 dias antes.
Arthur Demétrio era de Tubarão, no Sul de SC, onde será enterrado.

Géssica Valentini Do G1 SC
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Arthur pediu a namorada em casamento durante um voo em dezembro (Foto: Reprodução/YouTube)Arthur pediu a namorada em casamento durante um voo em
dezembro (Foto: Reprodução/YouTube)
O jovem de 22 anos que morreu em um acidente de avião em Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, havia pedido a namorada em casamento durante um voo  na mesma aeronave e na mesma região, segundo a escola de avião em que ele trabalhava. O acidente foi nesta quarta-feira (29) e o noivado foi há pouco mais de um mês. Dois dias antes do acidente, ele postou na internet o vídeo que registrou o pedido.
Arthur Demétrio era natural de Tubarão, no Sul de Santa Catarina, e trabalhava como instrutor de voo na cidade gaúcha. O avião estava sendo usado para uma aula e o aluno, Darlan Kabata dos Santos, de 31 anos, também morreu no acidente. As duas vítimas faziam o trajeto de volta de Santa Cruz do Sul a Cachoeira do Sul. As causas ainda serão investigadas pela Polícia Civil.
Arthur e a namorada, Thays, que também é de Tubarão, namoravam havia três anos. O pedido de casamento foi no dia 14 de dezembro e o vídeo postado na internet por ele. Nas imagens, eles aparecem sorridentes. Durante o percurso, amigos e familiares do casal aparecem segurando duas faixas, uma delas com o nome de Thays e a outra com o pedido: 'Casa comigo?'. No avião, a jovem parece surpresa e em seguida Arthur lhe mostra as alianças.
O corpo de Arthur deve chegar na madrugada desta quinta-feira (30) a Tubarão. Ele será velado na Capela Mortuária Santa Rita, ao lado da catedral. O enterro está previsto para ocorrer no Cemitério Horto da Saudade, às 17h.

Motorista que derrubou passarela no RJ admite que falava ao celular, diz polícia

Luis Fernando prestou depoimento ainda no hospital ao delegado.
Acidente na Linha Amarela causou cinco mortes e deixou 4 feridos.

 

O motorista Luis Fernando da Costa, de 30 anos, disse em depoimento na tarde desta quarta-feira (29) que estava falando no celular no momento do acidente que causou cinco mortes e deixou quatro feridos na Linha Amarela, no Rio, nesta terça-feira (28). A informação é do delegado da 44ª DP (Inhaúma), Fabio Asty, que investiga o motivo de o motorista não ter visto a caçamba levantar antes de colidir com uma passarela na altura de Pilares, na Zona Norte.
"Isso indica uma falta de cuidado, uma negligência. Ele não observou nos retrovisores laterais e o caminhão possui retrovisor central. A distração pode ter ocasionado ele não ter visto a caçamba içada", afirmou o delegado.
 
Ao fim do inquérito, se confirmada a negligência, Luis Fernando pode responder por três lesões corporais — ele próprio é o quarto ferido — e cinco homicídios culposos, quando não há intenção de cometer o crime. O laudo da perícia deverá ficar pronto em até 10 dias.
O motorista contou ao delegado que começou a falar com um amigo assim que entrou na Linha Amarela. O amigo, que também seria motorista da empresa de caminhões, será convocado para prestar depoimento e a polícia vai checar informações com a companhia telefônica.
Problema no caminhão
O motorista voltou a afirmar, em depoimento, que houve um problema técnico no caminhão na sexta-feira (24).
Segundo disse ao delegado, a caixa de marcha do veículo caiu e foi levada para a manutenção. A polícia vai investigar se o problema pode ter afetado o sistema que aciona a caçamba. O caminhão foi usado por um outro motorista um dia antes do acidente.
" A caixa de marcha é acoplada ao sistema de bombeamento hidráulico da caçamba e quando o mecânico fez o reparo pode ter provocado uma avaria involuntária no sistema hidraúlico. Nós vamos apurar".
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Arte queda de passarela da Linha Amarela (Foto: Arte/G1)
Asty disse ainda que Luis Fernando voltou a afirmar que não percebeu em nenhum momento que a caçamba estava içada e confirmou que o içamento é feito em três passos: a embreagem é acionada, em seguida a trava é aberta e por último a alavanca deve ser puxada para que ela suba.
A polícia informou que vai ouvir os depoimentos do chefe da mecânica da empresa Aliança, do gerente operacional da empresa. Uma perícia complementar vai verificar se o defeito apresentado pode ter sido a causa de um possível acionamento da caçamba do caminhão involuntariamente.
Segundo informações do delegado, não há previsão de alta médica para o motorista do caminhão. De acordo com ele, os médicos disseram que Luis Fernando está com ruptura de fígado, um trauma no abdômen e problemas cardíacos. Nesta terça, ele ficou sabendo das mortes ocorridas no acidente. " Ficou muito supreso e emocionado" disse Asty.
Mais cedo, Fábio Asty interrogou Antonio Thimotheo, que é motorista de ônibus há 10 anos e passava pela Linha Amarela na hora do acidente. Antonio disse que tentou chegar perto para avisar que a caçamba estava levantada, mas que o caminhão estava mais rápido. "Eu só posso andar a 70 km/h e não alcancei", explicou, dizendo que as imagens do ônibus comprovam o que ele diz (veja no vídeo).
Ainda de acordo com a testemunha, a carreta havia passado por outras passarelas com a caçamba levantada, mas pelas pistas do meio, onde há altura suficiente. "Ali, onde ele colidiu, é inclinada", explicou.
Depoimento informal do motorista
Costa disse em depoimento informal à polícia na terça que não viu a caçamba levantada e que sabia que estava trafegando em horário proibido na via, mas alegou que estava "com pressa". A declaração dele foi dada no hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, onde estava internado.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Luis Fernando foi transferido para o Hospital do Coração de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Um representante da empresa Arco da Aliança, responsável pela carreta, também será ouvido na delegacia. Outras testemunhas e sobreviventes serão intimados, após liberação médica, para esclarecer o caso.
Imagens de câmeras de segurança da Linha Amarela, fornecidas pela concessionária Lamsa, que administra a via, também estão sendo analisadas, e a polícia aguarda o resultado dos laudos periciais, que devem ficar prontos em até 10 dias, já que foi pedida urgência na conclusão dos trabalhos.
Mais uma morte
Subiu para cinco o número de mortos no acidente, que ocorreu na altura de Pilares, no Subúrbio. Morreu às 6h desta quarta-feira Luiz Carlos Guimarães, de 60 anos, que estava internado em coma no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, no Subúrbio, após ter sofrido um traumatismo craniano e um edema (inchaço) cerebral.
Luiz Carlos estava no banco de trás do Palio que foi esmagado pela estrutura. Pelo menos outros dois veículos foram atingidos pela passarela. Ainda não há informações sobre o local e o horário de enterro da vítima.
Enterros
Quatro vítimas da queda da passarela na Linha Amarela — Adriano Oliveira, Célia Maria, Alexandre Almeida e Luiz Caros Guimarães — foram enterradas na tarde desta quarta-feira em cemitérios da Região Metropolitana do Rio.
Protesto
Colegas e parentes de Alexandre Almeida, que era taxista, fizeram uma carreata que ocupou todas as faixas da Linha Amarela, na pista sentido Barra da Tijuca, altura de Pilares, por volta das 14h30 desta quarta. A via foi liberada às 14h50, de acordo com o Centro de Operações da Prefeitura. O trânsito chegou a ter retenções enquanto houve o bloqueio, mas voltou a fluir normalmente.

Justin Bieber é indiciado por agressão pela polícia de Toronto

Ídolo teen deve comparecer a uma audiência no dia 10 de março.
Cantor é acusado de ter agredido motorista de limusine em dezembro.

Justin Bieber é cercado por policiais e jornalistas ao se apresentar à polícia nesta quarta-feira (29). (Foto: Nathan Denette/The Canadian Press/AP)Justin Bieber é cercado por policiais e jornalistas ao se apresentar à polícia nesta quarta-feira (29). (Foto: Nathan Denette/The Canadian Press/AP)
A polícia de Toronto informou nesta quarta-feira (29) que o cantor pop canadense Justin Bieber, de 19 anos, foi indiciado por agressão a um motorista de limusine, em um incidente ocorrido em dezembro passado.
O astro deverá comparecer na Justiça no dia 10 de março para responder por essas acusações. Bieber, que se apresentou voluntariamente à polícia, foi mantido durante duas horas em uma delegacia no Centro de Toronto, no Canadá.
Imagens transmitidas por uma emissora de televisão local mostraram o momento em que Justin chega à delegacia, escoltado pela polícia e em meio à multidão histérica de fãs.
Também nesta quarta, os advogados do astro apresentaram uma declaração por escrito em um tribunal do condado de Miami, segundo a qual seu cliente disse ser inocente das acusações apresentadas contra ele, na Flórida.
Em 23 de janeiro, Justin foi detido, em Miami Beach, por dirigir embriagado e sob efeito de drogas, resistir à prisão e conduzir com carteira de motorista vencida. Segundo a polícia de Miami, Bieber desrespeitou o oficial que o prendeu e admitiu ter fumado maconha, bebido álcool, além de consumir medicamento controlado.
Depois de passar oito horas preso, ele se apresentou ao juiz Joseph Farina, que determinou uma fiança de US$ 2,5 mil. Horas após ser liberado, o cantor viajou ao Panamá com um grupo de amigos, de onde foi direto para o Canadá, nesta quarta.
As acusações formais sobre o caso de Miami serão apresentadas em um tribunal da Flórida no próximo dia 14. Mas, de acordo com o TMZ, os advogados do cantor deverão recorrer, alegando que o resultado de um exame de sangue indica que ele apresentou um índice de 0,014 (o que significa que tinha 0,14 ml de álcool a cada litro de sangue), e que vídeos publicados pelo site e o aparelho de GPS instalado em seu carro comprovam que ele dirigia em uma velocidade abaixo do limite, o que contraria a versão de que estaria participando de um racha.
O episódio inspirou uma campanha on-line para pedir à Casa Branca que deporte o cantor canadense.
Nesta quarta, na seção 'We The People' da página oficial da Casa Branca, mais de 100 mil pessoas já haviam assinado a petição para que o governo Barack Obama cancele o 'green card' (visto de residência permanente) de Bieber

domingo, 26 de janeiro de 2014

Ônibus tomba e cai dentro de rio na BR-116 entre Muriaé e Miradouro, MG

A morte de um bebê foi confirmada e uma mulher continua desaparecida.
Segundo PRF, 51 passageiros ficaram feridos e encaminhados ao hospital.

 
 
Ônibus tomba e cai dentro de rio na BR-116 entre Muriaé e Miradouro, MG (Foto: Silvan Alves/Silvanalves.com.br)Ônibus caiu no Rio Glória com 51 passageiros (Foto: Silvan Alves/Silvanalves.com.br)
Um ônibus com 51 passageiros tombou na manhã deste domingo (26) na BR-116 no trecho entre as cidades de Muriaé e Miradouro, na Zona da Mata. De acordo com as primeiras informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Muriaé, o veículo saiu da pista e caiu em um rio. O Corpo de Bombeiros de Muriáe e de Ubá continuam as buscas no local. De acordo com os bombeiros de Muriáe, foi confirmado que um bebê, de cerca de três meses, do sexo feminino, foi localizado já sem vida, e uma mulher, de 36 anos, está desaparecida. Segundo informações preliminares da PRF, havia sido encontrado o corpo de uma pessoa e um bebê estaria desaparecido.
Segundo a PRF, o acidente com o ônibus que seguia de Ipiaú (BA) para São Paulo, ocorreu por volta das 6h30 na ponte do Rio Glória, próxima ao km 684 da rodovia. O motorista afirmou que uma das rodas do veículo travou e ele perdeu o controle. O ônibus atravessou a pista e caiu dentro do rio. A ponte tem cerca de dez metros de altura e o veículo destruiu a mureta de proteção.
De acordo com a PRF, foi apurado que o veículo estava com 51 passageiros, entre adultos e crianças, mais o motorista. Equipes do Corpo de Bombeiros de Muriaé e também de Ubá resgataram os passageiros. Ao chegarem no local, muitas vítimas estavam em cima da lataria do ônibus aguardando socorro. O corpo do bebê foi encontrado no fim da manhã. Uma mulher, de idade não identificada, está desaparecida. As buscas foram encerradas às 19h e vão reiniciar na manhã desta segunda-feira (27).
Ônibus tomba e cai dentro de rio na BR-116 entre Muriaé e Miradouro, MG (Foto: Silvan Alves/Silvanalves.com.br)Bombeiros retiram pertences e fazem buscas dentro do ônibus submerso
(Foto: Silvan Alves/Silvanalves.com.br)
Ficaram feridos 49 passageiros que foram levados para o Hospital São Paulo em Muriaé, a maioria com lesões leves e fraturas, de acordo com a polícia. De acordo com informações do hospital, a maioria das vítimas foi medicada e liberada. Duas permanecem internadas em estado grave, sendo uma criança, de idade não confirmada, e uma jovem, de 24 anos. A idade das vítimas não foi confirmada. Outros três pacientes estão internados em observação no pronto socorro da unidade, entre eles, a mãe do bebê morto, que está em estado de choque. A filha e a sobrinha da mulher desaparecida também estão entre os pacientes. O motorista sofreu apenas ferimentos leves.