Governador afirmou que a polícia deve investigar denúncias do traficante.
Nem teria dito à PF que metade do que arrecadava era usada em propinas.
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Cabral fala durante assinatura de convênio com o
Ministério da Justiça (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, afirmou nesta sexta-feira (11) que a polícia deve investigar as denúncias de pagamento de suborno a policiais feitas pelo traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, apontado como chefe do tráfico na Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Ele foi preso na madrugada de quinta-feira (10), enquanto tentava fugir no porta-malas de um carro.Ministério da Justiça (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Reportagem da edição desta sexta do jornal “O Globo” diz que o traficante, em depoimento à Polícia Federal, contou que metade de tudo o que arrecadava era gasto com propinas para policiais civis e militares.
“Se for comprovada [a denúncia], os policiais têm que ser presos e responder a processos disciplinar e criminal”, disse o governador após evento no Palácio Guanabara de assinatura de convênio com o Ministério da Justiça para a implantação de núcleos de prevenção à violência nos territórios pacificados.
“O policial que aceita suborno é duplamente marginal. Além de trair a sociedade, ele mata os próprios colegas. Merecem penas muito duras mesmo”, acrescentou. “Mas tenho certeza que a maioria absoluta é composta por pessoas como aquele sargento que fez a prisão [de Nem]”.
O governador disse esperar contar com a Justiça para que esses policiais, se descobertos e expulsos, não voltem para a corporação. “Temos muitos casos de policiais que foram expulsos e por liminar voltaram para a PM.”
Transferência de Nem para presídio federalPresente no evento, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que ofereceu todo o aparato do governo federal ao Rio de Janeiro para a ocupação da Rocinha, prevista para ser concluída até domingo. “Tenho certeza que o governo federal e o governo do Rio de Janeiro, nesse momento, são um só corpo na perspectiva de consagrarmos mais uma UPP [Unidade de Polícia Pacificadora].”
O ministro acrescentou que os presídios federais têm vagas e podem receber criminosos como Nem e outros de alta periculosidade. O pedido para a transferência, porém, precisa antes passar pelo Judiciário. “A partir do momento que for feito o pedido, há uma decisão judicial. Agora, da parte do governo federal, nós receberemos, sim, todos esses traficantes de alta periculosidade”, completou Cardozo.
Ocupação da Rocinha
A favela da Zona Sul da cidade vive a expectativa de receber a 19ª Unidade Polícia Pacificadora (UPP) nos próximos dias, após a prisão de Nem. O traficante foi preso na madrugada de quinta-feira (10), após ser encontrado por policiais militares do Batalhão de Choque escondido no porta-mala de um carro, ao tentar fugir da comunidade. Os PMs encontraram no veículo cerca de R$ 180 mil e cinco celulares. Antes da prisão, os homens que ajudavam o traficante na fuga chegaram a oferecer R$ 1 milhão de suborno em troca da liberdade de Nem, segundo a polícia.
Em nota, a Secretaria de estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que Nem está em uma cela indivividual, teve o cabelo raspado, terá que usar uniforme, não tem direito a receber visitas e nem a tomar banho de sol, por enquanto.
A polícia mantém o cerco na Rocinha e faz operações em outros pontos do Rio de Janeiro em busca de integrantes da quadrilha de Nem.
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