domingo, 18 de julho de 2010

Terreno na Zona Sul de SP vira 'cemitério' de cães

Ossadas e corpos dos animais podem ser encontrados no local.
Vizinhos reclamam de cheiro na avenida.


Terreno onde os cães são abandonadosTerreno onde os cães são abandonados (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Quem passa pela Avenida Jornalista Roberto Marinho, na altura da Rua Carlos Pinto Alves, no Jardim Aeroporto, Zona Sul de São Paulo, estranha e chega a ficar enjoado com o cheiro de lixo e decomposição que toma conta de um terreno. Além de servir como depósito de entulho, o local está se transformando aos poucos em um "cemitério" de cães.
O G1 esteve na avenida nesta quinta-feira (15) e encontrou quatro restos de animais – dois deles em avançado estado de decomposição. Lá, ossos brancos contrastam com a grama – escura por causa do lixo queimado.
Segundo moradores e trabalhadores da região, os corpos são abandonados quase que diariamente no terreno. “Já vi três pit bulls deixados lá”, afirma a assistente Marluce Alves Bezerra, de 46 anos, que trabalha em uma ONG na Rua Carlos Pinto Alves.
Quem abandona os cadáveres aproveita a noite para não ser visto. “Quando chego de manhã, [o corpo] já está aqui”, acrescenta Marluce. “De dia tem muito movimento. Não dá para fazer isso”, completa a secretária Maria Aparecida Souza, de 48 anos.
Assustada com as mortes, a artista plástica Lara Cristina Valverde, de 30 anos, foi ao terreno para conferir de perto a situação. Ao chegar lá, ficou horrorizada com o que viu. “Como alguém pode fazer isso com um animal”, lamenta. Dona de mais de 32 cães, que estão em três casas no Jardim Aeroporto, ela diz que, a partir de agora, tomará mais cuidado com os bichos. “Não deixarei mais eles passearem sozinhos pelo bairro.”
Duas hipóteses são levantadas pelos moradores para explicar esse "cemitério" a céu aberto. A primeira indica que um “serial killer” de cães aproveita o silêncio da noite para deixar as vítimas no local ermo. A outra opção leva a crer que pessoas são pagas para dar um fim aos corpos nessa rua.
Isso ocorre por causa dos custos que o dono precisa arcar quando seu animal morre. Clínicas e hospitais veterinários cobram, em média, R$ 95 para enviar os corpos para incineração. Há outras opções, como cremação individual (de R$ 500 a R$ 1 mil) e enterro (com custo inicial de R$ 500). “Não recomendamos, e é proibido, enterrar o animal no jardim. E abandonar em terrenos pode proliferar ratos, insetos, e contaminar o solo”, afirma a veterinária Fernanda Fragata, diretora do Hospital Veterinário Sena Madureira. Apesar da recomendação, o abandono acaba sendo uma forma mais fácil - e barata - de se desfazer do corpo do animal.
Os moradores pretendem até aumentar a vigilância na região para flagrar quem comete esses atos. "Penso até em contratar alguém para vigiar, para ficar de campana e pegar essa pessoa", diz Lara.
Ossos de cães estão presentes no terrenoOssos de cães estão presentes no terreno

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