Segundo a polícia, jovens prestaram depoimento na noite desta quarta (21).
Rafael Mascarenhas morreu na terça (20) após ser atropelado na Gávea.
Os jovens estavam com Rafael Mascarenhas no momento do acidente. De acordo com os agentes, um dos amigos do estudante afirmou que não sabia precisar a velocidade dos automóveis. Ele foi ouvido pela polícia por cerca de uma hora.
O outro rapaz foi ouvido em seguida. Segundo a polícia, o rapaz disse que ouviu gritos na outra pista, que estava liberada. O jovem contou, ainda, que os carros atravessaram a pista que estava interditada para manutenção em alta velocidade, e que eles não ouviram som de buzina e nem viram sinais de farol alto. Ele deixou a delegacia após uma hora e meia de depoimento.
A polícia afirmou que Rafael andava de skate no Túnel Acústico, quando foi atingido pelo carro. Na ocasião, o túnel estava interditado para o tráfego de carros. Rafael morreu na manhã desta terça no Hospital Miguel Couto, no Leblon, na Zona Sul.
O corpo do estudante foi velado nesta quarta, no Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária, e deverá ser cremado às 9h desta quinta-feira (22). A confirmação da cremação depende apenas da chegada de Raul Mascarenhas, pai do jovem, da Itália.
PMs são investigados
A delegada a delegada Bárbara Lomba, titular da delegacia, disse que vai apurar com rigor a conduta dos policiais militares que abordaram o motorista que atropelou Rafael. De acordo com Bárbara Lomba, imagens de câmeras de monitoramento do trânsito mostram uma viatura da PM próxima ao carro que atropelou o estudante, na saída do túnel.
Em nota oficial divulgada no início da noite desta quarta, a Polícia Militar informou que o fato do veículo que atropelou Rafael Mascarenhas estar destruído e sem a placa de identificação, “indica que houve erro por parte dos policiais não buscando elucidar o motivo daquelas irregularidades”.
Ainda de acordo com a nota oficial, a “decisão de afastar os policiais militares se deveu ao aprofundamento das investigações da Polícia Civil”. A PM informou, ainda, que a Corregedoria Interna da corporação já investiga os dois policiais do 23º BPM (Leblon), que foram afastados nesta manhã.
Segundo a PM, os dois policiais devem depor ainda nesta semana no Quartel-General da PM, no Centro do Rio. Os policiais ficarão afastados até a "conclusão dos fatos".
O veículo que atropelou Rafael chegou à 15ª DP (Gávea) no início da tarde desta quarta para ser periciado. A frente do Siena está amassada. Agentes da Polícia Civil tiveram que recortar parte do vidro para poder dirigi-lo com segurança até a porta da delegacia.
Thomaz Velho, irmão de Rafael, chega ao velório.
Cissa Guimarães e João Velho chegam juntos.
(Foto: Henrique Porto/G1)
Motorista confessa atropelamentoCissa Guimarães e João Velho chegam juntos.
(Foto: Henrique Porto/G1)
O motorista que confessou ter atropelado Rafael Mascarenhas foi liberado no fim da noite da terça após prestar depoimento na 15ª DP (Gávea).
Segundo a delegada Bárbara Lomba, titular da delegacia, o motorista será indiciado provavelmente por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Ela explicou que o inquérito ainda não foi encerrado e que a polícia investiga se o motorista estava em velocidade acima do permitido.
PM abordou motorista que atropelou filho de Cissa
De acordo com a delegada Bárbara Lomba, durante o depoimento, o motorista contou que foi abordado por policiais militares, ainda na madrugada, minutos após o atropelamento. O estudante de 25 anos revelou à delegada que os PMs revistaram seus documentos e o orientaram a ir à 15ª DP para registrar o caso.
No entanto, o rapaz alegou que preferiu ligar para o pai, que teria pedido que ele só fosse à delegacia mais tarde, e na companhia de um advogado.
Ainda de acordo com o depoimento do motorista, um amigo seu que estaria a bordo de um outro carro, foi quem avisou o atropelamento à Polícia Militar. O amigo, um estudante de 19 anos, teria avisado a policiais que estavam em uma cabine da PM, no Leblon, na Zona Sul.
Jovens não perceberam túnel interditado
Na terça, três jovens que estavam nos dois carros no momento do atropelamento, prestaram depoimento à polícia. Eles são amigos e moradores da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade. Um outro jovem que estava de carona no carro que atropelou Rafael Mascarenhas é aguardado pelos policiais para prestar depoimento na quarta-feira (21).
Segundo a polícia, os jovens contaram que não viram sinalização que indicasse o túnel fechado. Eles também negaram que estivessem "batendo pega", e disseram estar com a velocidade entre 80 e 90 Km/h. Eles alegaram ainda que prestaram socorro à vítima. Um dos rapazes mostrou aos agentes uma ligação feita em seu celular ao Corpo de Bombeiros, minutos após o acidente.
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