terça-feira, 25 de julho de 2017

Igreja nos Estados Unidos é acusada de escravizar brasileiros, diz agência

Agência Associated Press afirma que 16 brasileiros foram escravizados.
Membros da igreja confiscavam passaporte e forçavam trabalho de graça.

Edição do dia 25/07/2017
25/07/2017 22h05
Uma reportagem da agência de notícias Associated Press denunciou que uma igreja nos Estados Unidos submeteu 16 brasileiros a trabalho escravo.
Rebeca conta, em uma entrevista em inglês, que quando foi aos Estados Unidos teve uma surpresa: tinha que acordar cedo para preparar o café da manhã das crianças, cozinhar, arrumar a casa. Virou empregada doméstica, e não recebia nada por isso.
A história dela e de outros brasileiros veio à tona depois que a agência de notícias Associated Press investigou uma igreja sediada na Carolina do Norte.
Foi a Word of Faith Fellowship, Associação da Palavra da Fé, em português, que convidou a Rebeca para ir para os Estados Unidos.
Rebeca e outros integrantes da igreja foram com visto de estudante, que não dá direito a trabalhar, e, chegando lá, a igreja confiscava o passaporte e dinheiro e os obrigava a trabalhar sem remuneração. Isso tem um nome: escravidão.
A líder dessa igreja, fundada em 1979, é Jane Whaley, que raramente aparece em público e não respondeu aos pedidos de entrevista. A Associação da Palavra da Fé divulgou um comunicado que diz que a Associated Press quer incitar a violência contra os fiéis e que os acusadores querem fechar as portas da igreja.
Uma jovem não quis ser identificada e diz que foi mais de 20 vezes para os Estados Unidos convidada pela igreja.
“Eu não podia ter acesso ao telefone, eu não sabia nem mesmo discar para o Brasil. Sempre que eu queria ligar para minha família eu tinha que pedir permissão e eles ficavam ouvindo a conversa”, relata a jovem.
As filhas de Marcelo e Tânia foram várias vezes em viagens pela igreja.
“100% desses jovens que vão para lá, vão e trabalham em empresas das pessoas da igreja, sem remuneração nenhuma”, diz o pai de vítima, Marcelo Galvão.
O americano Jay Plummer supervisionava projetos de construção feitos com mão de obra brasileira. Ele diz que todos trabalhavam 16 horas por dia, sete dias por semana.
"Quando você é um estrangeiro e não tem o seu passaporte, você não pode ir a lugar nenhum, você não pode ir pedir ajuda na esquina e o pessoal da igreja sabe disso", afirmou.
O Itamaraty informou que os consulados brasileiros nos Estados Unidos foram notificados sobre o caso, mas ainda não receberam pedidos de assistência, e que o consulado em Washington entrou em contato com brasileiros e autoridades na Carolina do Norte para obter informações.

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