terça-feira, 25 de julho de 2017

Governo poderia fazer cortes em vez de aumentar imposto, diz especialista

Precisamos repensar este estado paquidérmico, ineficiente e corporativo’.
Estradas precárias e hospitais onde tudo falta mostram a falta de verbas.

Ao mesmo tempo em que procura formas de evitar um rombo ainda maior nas contas, o governo mantém gastos e privilégios que desafiam a razão.
Gil Castello Branco, especialista em gastos públicos, economista da Associação Contas Abertas, fez as contas e descobriu que, se quisesse, o governo tinha onde e como cortar, sem aumentar o imposto sobre os combustíveis e congelar mais uma parte do orçamento - quase R$ 6 bilhões. Para Gil Castello Branco, o governo gasta mal e não sabe economizar. 
“O estado é paquidérmico, ineficiente e corporativo, nós precisamos repensar esse estado”.

A falta de dinheiro a gente vê em estradas esburacadas; universidades em crise, sem recursos; nos hospitais públicos, falta tudo; a emissão de passaportes chegou a parar, voltou agora. Resumindo: penúria, carência geral.
O economista listou alguns exemplos de onde o governo pode e deve cortar.
São 28 ministérios com quase cem mil cargos e funções de confiança e gratificações. Só nos primeiros cinco meses de 2017, comparados com o mesmo período de 2016, as despesas com pessoal aumentaram 7,6%.
A Previdência, sozinha, consome quase 57% do orçamento. Mas economia, só depois de aprovada a reforma. 
O Brasil ainda tem 151 empresas estatais com mais de meio milhão de empregados. O déficit delas em 12 meses encerrados em abril chegou a R$ 1,6 bilhão.

A meta fiscal de 2017 prevê um déficit, um rombo de R$ 139 bilhões. E, até agora, falamos apenas do Executivo, do governo federal.
Pelos cálculos do economista Gil Castello Branco há muita gordura para ser cortada em todas as esferas de poder.
Ele listou alguns exemplos de gastos excessivos no Legislativo e no Judiciário.

Cada deputado pode ter até 25 assessores. A Câmara tem 513 deputados. Alguns senadores têm mais de 80 assessores. O Senado tem 81 senadores. Para que a Câmara e o Senado funcionem são necessários quase R$ 28 milhões por dia - mais de R$ 1 milhão por hora.
No Judiciário, juízes têm férias de quase 60 dias. E o chamado auxílio-moradia é pago até para juízes, promotores e procuradores que têm imóveis próprios nas cidades onde trabalham. De 2015 até agora, só com esse auxilio, foram gastos mais de R$ 4 bilhões.
“Esse esforço tem que ser dos três poderes, realmente somente se se sentarem numa mesa e cada um fizer a economia necessária na sua área, aí sim, nós teremos a economia global interessante. Agora, enquanto isso não acontece, a sociedade sempre acredita que há mais o que cortar”.
O ministro do Planejamento diz que o governo, o Executivo, está fazendo a parte dele.
“Temos revisado os programas, temos feito programas para detecção de fraude no seguro-desemprego, no Bolsa Família, no auxílio-doença, nos benefícios de prestação continuada, temos mudado a forma de contratar as coisas”, disse Dyogo Oliveira.
Gil Castello Branco diz que a sociedade tem que perceber que isso de fato está sendo feito.
“A sociedade tem que exigir do governo todo o dever de casa, ela tem que ter a sensação de que o governo realmente cortou ao máximo as suas despesas, isso significa a sua estrutura, seja lá o tamanho do estado, na quantidade de pessoal, seja nas isenções fiscais, enfim, eu acho que tudo isso precisa acontecer para que de fato o cidadão então possa dar mais uma contribuição”.
A Câmara dos Deputados contestou os números sobre a despesas diárias e afirmou que tem uma política permanente de controle e redução de gastos.

O Conselho Nacional de Justiça afirmou que as férias de 60 dias estão previstas em lei e que a validade do auxílio-moradia ainda será decidida pelo Supremo Tribunal Federal. Não há data para o julgamento.

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