Em entrevista, ator explica como rejuvenesceu 25 anos para novo 'Tron'.
Infográfico compara personagens e cenas do filme em 1982 e 2010.
Mas assim como no filme original, que entrou para a história como a primeira produção a usar computação gráfica no cinema, a Disney tinha como trunfo as tecnologias mais avançadas de filmagem do século XXI. E, graças a isso, o "jovem" Bridges que chega às telas do Brasil nesta sexta-feira (17) conseguiu convencer até a própria mulher do ator, Susan Bridges.
“Foi muito estranho. Clu, minha versão 25 anos mais novo, foi baseada em meus filmes antigos. Até minha mulher foi chamada para aprovar a versão final”, explica o ator, em entrevista ao G1 em Londres. “Para interpretar Clu nós trabalhávamos em um lugar chamado Volume. Havia centenas de pequenos sensores apontados para mim, além de pequenos pontos pretos na minha face. Eu utilizava um capacete com antenas que eram câmeras para dirigir a minha versão digital, um processo muito bizarro. Mas minha mulher gostou muito da minha versão jovem, acho que tive sorte”, brinca o ator, vencedor do Oscar e do Globo de Ouro de 2009 por "Coração louco".
O uso extensivo da tecnologia fez com que a sequência - cujo orçamento ultrapassa os US$ 200 milhões - fosse comparada muitas vezes a "Avatar", longa de James Cameron que elevou todos os patamares de efeitos visuais e do cinema em 3D.
Kosinski, no entanto, é cauteloso com as comparações. “Eu não acredito que o primeiro filme de um diretor possa ser comparado com o filme mais bem-sucedido de todos os tempos. Claro que algo da tecnologia criada por James Cameron em 'Avatar' nós usamos neste. O filme foi totalmente concebido em 3D e acredito que temos o máximo desta tecnologia que se pode conseguir no momento”, diz. "Mas acho que, apesar da tecnologia, o desafio é o mesmo de qualquer outro filme. O foco é sempre na história e nos personagens. A tecnologia interferia inevitavelmente, mas o meu trabalho era envolver os atores com o máximo de realidade possível”, conclui.
Apesar dos esforços do diretor, Bridges reconhece que, quando chegou ao set de "Tron: o legado" para começar as filmagens, encontrou "um mundo difernte".
"Mágica" esta que, na linguagem do cinema, também pode ser chamada de pós-produção. Segundo Kosinski, foram 62 semanas de trabalho em um processo que envolveu 200 profissionais em Los Angeles, além de colaboradores espalhados por todo o mundo. "Em produções grandes como esta eu não acho que as pessoas percebam o número de pessoas envolvidas e necessárias para realizar o produto final. O filme de duas horas é feito em três anos e meio, e este processo requer muita paciência. Porém vale o esforço ao ver o filme finalizado”, conta o diretor.
Jeff Bridges como Kevin Flynn em 'Tron: o legado'. Filme usou tecnologias de 'Avatar' (Foto: Divulgação)
Descrevendo-se como um ator à moda antiga - "Gosto de câmeras no set; adoro vestir roupas para compôr o personagem -, Bridges mistura empolgação e receio ao refletir sobre os rumos que o cinema tem tomado.“Os filmes estão indo em uma direção bizarra hoje em dia. Em um futuro próximo, eles vão pegar um pouco de Bridges, um pouco de De Niro e, em algum tempo, teremos um filme em que você toma uma pílula e se torna outra pessoa. Quem sabe? Eu topo os desafios”, aposta.
Entrevistado no mesmo dia em que o cineasta George Lucas, de "Star wars", anunciara a compra dos direitos de imagem de atores falecidos como Marilyn Monroe e James Dean para usá-los em futuras versões digitalizadas, o "dude" de "O grande Lebowski" se intriga com a possibilidade de que as novas tecnologias possam transformá-lo em um "imortal" nas telas de cinema.
"Eu não tinha pensado desta maneira, é uma idéia intrigante. Não sei como isso vai acontecer, mas é legal saber que eu ainda vou poder atuar, mesmo não estando mais aqui. Imortalidade...", ele para e pensa, " eu nunca tinha visto dessa maneira”.
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