terça-feira, 24 de novembro de 2015

Nova previsão aponta para chegada de lama ao ES durante a madrugada

Serviço Geológico do Brasil informou que rejeitos devem chegar terça-feira.
Colatina, Baixo Guandu e Colatina devem ser afetadas pela lama.

Viviane MachadoDo G1 ES, em Colatina
Os rejeitos do rompimento da barragem de Mariana, em Minas Gerais, devem chegar ao Espírito Santo, na madrugada desta terça-feira (10). Uma nova previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) mostra o adiamento da chegada da lama ao estado, que estava prevista para chegar anteriormente na tarde desta segunda-feira (9).
As cidades se preparam para a chegada da lama. Em Linhares, a foz do Rio Doce começou a ser aberta, na manhã desta segunda, no distrito de Regência. Além de Linhares, Baixo Guandu e Colatina vão ser afetados.
De acordo com o CPRM, as mudanças acontecem porque a lama possui velocidades diferentes dependendo das condições que encontra nos diversos trechos do Rio Doce. Nesta segunda-feira, ela deve chegar aos municípios mineiros de Conselheiro Pena, Resplendor e Aimorés.
Em Colatina, os rejeitos têm previsão de chegada ao longo da terça-feira. Já emLinhares, na quarta-feira (11). O monitoramento é feito 24 horas e a estimativa é feita a partir da velocidade da lama.

Assim que os rejeitos chegarem aos municípios capixabas de Baixo Guandu e Colatina o abastecimento de água será interrompido. Representantes do governo do estado e prefeitos dos dois municípios têm realizado reuniões constantes para planejar e executar ações.
De acordo com o secretário estadual de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano, João Coser, uma estrutura foi montada para auxiliar os municípios. 
"A nossa equipe está identificando lagoas e rios aqui perto e já temos alguns pontos para captação de água bruta para Colatina e Baixo Guandu. Estamos monitorando estruturas com os caminhões para que essa água chegue até as estações de tratamento. Ao mesmo tempo, a cidade de Linhares ofertou água tratada em uma proporção bastante significativa para cá", afirmou.

Coser ainda explicou que já foram conseguidos cerca de 30 carros-pipa para transportar a água. "Neste momento, nós já temos 16 carros-pipa com condições de buscar água tratada em Linhares e a mesma quantidade para buscar a água bruta em alguns pontos. A água bruta é mais próxima e ela chega na estação e vai ser distribuída por toda a população".
Reunião acontece em Colatina, no Espírito Santo (Foto: Mayara Mello/ TV Gazeta)Reunião em Colatina, no Espírito Santo
(Foto: Mayara Mello/ TV Gazeta)
Colatina
De acordo com o prefeito de Colatina, Leonardo Deptulski, as equipes que vão realizar o transporte estiveram no local de captação e já acertaram a parte operacional. “Acho que vai ser possível manter entre 20% e 30% do que a gente trata normalmente quando capta no Rio Doce”, disse.

Ainda não há uma previsão do tempo que o município de Colatina vai ter o abastecimento suspenso. “A primeira cidade que passou por isso foi Governador Valadares e nós ainda não sabemos o que aconteceu. Em Ipatinga, onde houve análise, a qualidade da água piorou. Se essa tendência se confirmar, vamos ficar entre 24 e 48 horas com o risco de não tratar”, destacou o prefeito.

O prefeito explicou ainda que o abastecimento no município será interrompido quatro horas antes da chegada dos rejeitos. "Nós vamos torcer para que ela dure o menor tempo possível. Ele vai ser interrompido algumas horas antes. Nós vamos continuar tratando até lá", completou. Oabastecimento de água tratada de Colatina vai ser fornecido pelo município de Linhares.
Defesa Civil retira comunidades ribeirinhas do Rio Doce, no Espírito Santo (Foto: Divulgação/Defesa Civil)Defesa Civil retira comunidades ribeirinhas do Rio Doce, no Espírito Santo (Foto: Divulgação/Defesa Civil)
Baixo Guandu
O prefeito do município de Baixo Guandu, no Noroeste do Espírito Santo, Neto Barros (PC do B), informou que vai acionar judicialmente a mineradora Samarco, empresa responsável pelas barragens que se romperam em Mariana, Minas Gerais. Barros quer que a empresa seja responsabilizada pelas consequências causadas pelo rompimento.
"A cidade vive um clima ruim. Precisamos responsabilizar a empresa e vamos acioná-los na Justiça para que eles reparem os danos que estão causando. Pescadores profissionais vão ter prejuízo e toda população será afetada", disse o prefeito à Rádio CBN, lembrando também dos danos ambientais causados pela lama.
Foz do Rio Doce, no Espírito Santo (Foto: Kaio Henrique/TV Gazeta)Foz do Rio Doce, no Espírito Santo
(Foto: Kaio Henrique/TV Gazeta)
Aulas suspensas
Por causa das dificuldades no abastecimento de água nos municípios de Baixo Guandu e Colatina, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) suspendeu as aulas em 12 escolas estaduais, a partir desta segunda-feira (9).
Das 16 escolas dos municípios, somente quatro terão as atividades mantidas, pois o abastecimento de água não é realizado pelo Rio Doce. As quatro escolas são: EEEM Rodrigo Cesar Proeschodt e EEEM Maria Helena Stein Merlo, de Baixo Guandu, e ECOR de Colatina e EEEM Antônio Eugênio Rosa, de Colatina.
As escolas municipais de Colatina também estão com aulas suspensas a partir da terça-feira. As faculdades particulares Fundação Castelo Branco e Unesc de Colatina também suspenderam as atividades durante o período de passagem da lama. 

Doação de água
Por conta da suspensão do abastecimento de água em Baixo Guandu e Colatina em decorrência da onda de rejeitos das barragens de Mariana, em Minas Gerais, o governo do Espírito Santo anunciou neste domingo (8) uma campanha de doação de água mineral para auxiliar os moradores das cidades que serão afetadas.

As doações deverão ser feitas a partir desta segunda-feira (9) diretamente no quartel do Corpo de Bombeiros Militar, situado na rua tenente Mário Francisco de Brito, na Enseada do Suá, em Vitória.

As empresas que quiserem ajudar com carros-pipa devem entrar em contato com a Defesa Civil, pelo telefone 9 9904-5736.

Comunidades ribeirinhas
A Defesa Civil realizou, neste domingo (8), uma ação para retirar pescadores, banhistas e moradores das comunidades próximas ao Rio Doce, em Baixo Guandu e Colatina.
Segundo a Defesa Civil, a prioridade é resguardar a população que pode sofrer com o aumento da vazão do Rio Doce. O órgão atua ainda no monitoramento e em ações para a chegada da onda de rejeitos.

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