FILME RUIM, AS DOZE ESTRELAS AVACALHA AS TELENOVELAS

Leonardo Bricio é o protagonista de As Doze Estrelas




As Doze Estrelas, que abriu a competição do festival de cinema de Paulínia, ontem à noite, é um longa-metragem sobre uma telenovela absurda. Se a ideia do diretor, Luiz Alberto Pereira, era fazer uma crítica ao principal gênero da indústria cultural brasileira, pela desmoralização, ele conseguiu.



Um astrólogo (Leonardo Brício) é contratado para dar uma consultoria a uma rede de TV que está a colocar no ar uma novela em que há 12 estrelas, cada uma delas de um signo do zodíaco. Mas o astrólogo, no filme, não aparece como consultor de nada. Ele trabalha mesmo é como contínuo, entregando a sinopse da novela para as atrizes, coisa inimaginável nos bastidores de uma novela de verdade. Entre uma entrega de sinopse e outra, se relaciona sexualmente com as atrizes.



As Doze Estrelas é uma constelação de clichês do zodíaco. Assim, a ariana é autoritária e a virginiana, perfeccionista. O astrólogo-contínuo, ao se encontrar com as atrizes, se envolve em uma trama com as características do signo zodiacal de cada uma delas.



Então, em um momento Se Eu Fosse Você, o astrólogo vira mulher, trocando de corpo com a estrela. Diante de outra atriz, ele vira menino. Depois, fica velho. Acha que é pouco? Pois ele ainda se transforma em gato, e acorda homem, nu, no dia seguinte, sobre o telhado do estúdio da rede de televisão.



A novela de As Doze Estrelas é tão surreal que só alguns poucos "gênios" do gênero ousaram sonhar em seus pesadelos.